sexta-feira, 8 de abril de 2016

Pagando a conta

Bem, aS contaS...
Uma das primeiras coisas que vi quando entrei no meu quarto de solteira depois de casada, foi um envelope de papel pardo grosso em cima da cama. E nele, tchan, tchan, tchan, estavam minhas contas: celular, empréstimo da obra, plano de saúde, financiamento do carro...
E um monte delas estavam atrasadas.
Que recepção!
Confesso: eu era a maior filhinha de mamãe da paróquia. Se meus pais fossem casados e meu pai não tivesse se divorciado também dos filhos, eu seria a maior filhinha de papai do universo.
Sempre, em toda a minha vida até então, minha mãe pagou tudo para mim. Tudo mesmo! Bom, menos o cineminha com o namorado, ou quando eu queria tomar um sorvete depois da aula da faculdade. Mas todo o resto, inclusive a gasolina do meu carro, era a minha mãe quem patrocinava. O meu dinheiro era para mim, e só. Depois quando virei funcionária pública, comecei a trabalhar de carteira assinada e tal, o meu dinheiro era para o cofrinho. E que cofrinho gordo eu tinha! Graças a Deus!
A bem da verdade, minha mãe nunca pediu para eu ajudar em casa. Afinal de contas, não precisava.
Porém, perto do casamento e a enrolação toda com tempo, a indisciplina e o caos assolaram as contas também, e foi aquela confusão. Foi nessa que ela esqueceu e protelou o pagamento de um monte das minhas contas.
Olha que presente maneiro para se ganhar na volta da lua de mel!
Eu tinha quase 3 prestações do carro atrasadas (com aviso de busca e apreensão e tudo), 2 do plano de saúde (que eles acabaram cortando e eu tive que ir na Av. Passos para resolver o problema), 1 de telefone... Enfim, eu estava fu e mal paga.
E aquela pulga atrás da orelha na ida da lua de mel, de que eu pensava que dinheirinho que Dê e eu tínhamos estava acabando rápido demais, virou um elefante a partir dali. Só que, quando peguei o envelope, eu tinha certeza de que resolveria tudo em dias.
Hahahahah
O dinheirinho não deu nem pra metade. E eu bolei muito, muito mesmo. Com Dê por de repente ter gasto sem me avisar, com minha mãe pelo presente de grego e, principalmente, comigo mesma por não ter crescido e assumido meus gastos, por pensar que o pote de ouro do fim do arco-íris fosse sem fundo...
Tudo se resolveu depois, mas foi trevas começar a vida de casados com dívidas. Conseguimos nos organizar, mas ainda não alcançamos o nível jedi para fazer poupança ou não entrar com merrequinhas no cheque especial todo mês.
Como diz o ditado, Quem casa paga a conta


(Imagem economia.uol.com.br)

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