Desculpem o sumiço. Mas no dia seguinte a última postagem eu adoeci. Fiquei muito mal mesmo, quase que fui internada. E ninguém sabia me dizer o que eu tinha, porque os sintomas eram parecidos com os de muitas doenças. Até que, cinco dias depois, uma médica amiga da família matou a charada:
_Onde você trabalha tem pombo?
Pois é, desenvolvi uma pneumonia atípica, causada por uma bactéria que habita no pombo.
E isso há um mês do casamento...
Hoje estou bem melhor, vou voltar a trabalhar aos poucos.
Muita gente achou que era estresse pré-nupcial, frescura... Mas era imunidade baixa mesmo. Vocês sabem, a noiva aqui dormia duas a três horas por noite, não comia...
Essa doença me fez pensar, há dias do casamento, no que realmente importa na vida. E me fez ser cuidada pela minha mãe. Ontem ela disse que essa era a última doença que eu tive e que ela cuidou.
_Credo mãe, não vou morrer, vou casar!
_Mas daqui pra frente, quando você ficar doente, quem vai cuidar de você será seu marido... Você dormir na minha cama porque está com febre, nunca mais...
E aquilo me deu um nó na garganta.
Comecei a pensar que em quinze dias ela não me terá mais de camisola tomando água na cozinha numa manhã de domingo, ela não vai mais me cobrir de madrugada e não vou mais gritar da sala que cheguei quando voltar do trabalho. Essas coisas tão pequenas e tão injustas de acabar... Fiz isso a vida toda, como vou viver sem esses mimos da rotina, que a gente só percebe que existem quando estão pra acabar?...
Hoje acordei com ela segurando minha mão e chorando, colocando o dorso de sua mão na minha testa e no meu pescoço, vendo se eu estava com febre.
Lógico que eu fingi que continuava a dormir, enquanto ela mexia num lacinho laranja da minha camisola (uma que ela adora) pra estender o momento...
Quando assisti ao filme "O pai da noiva" comecei a entender a quantidade de "fins" que esse processo envolve. Essa música aí de baixo era uma das minhas preferidas aos 16 anos. Ela nunca foi tão minha quanto hoje.
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