quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Morando do lado da mamãe





           Assim que fui chamada no concurso do Estado comecei a procurar apartamento pra comprar, porque agora eu poderia fazer uma dívida dessas de 60 parcelas, ou até mesmo de 30 anos.
            A busca começou por sites tipo zap imóveis e de construtoras. Mas um determinado momento, o que não demorou muito pra acontecer, eu me perguntei: o que afinal estou procurando?
           Quero ter 3 filhos (Denis acha muito, mas isso depois a gente conversa) e quero um quarto pra cada um. Amo casas, mas acho que um casal no início da vida a dois precisa de algo menor, como um apartamento, mais fácil de limpar e mais seguro (já que nunca estamos em casa mesmo e não queríamos depender de alguém para dar “uma olhadinha” quando viajássemos). Não me importo em reformar uma casa, acho até que iria adorar escolher azulejos e afins, mas a ideia de ter um apartamento novo, desses cujo ralo nunca viu o cabelo de outra pessoa que não o meu, me atraía bastante (além de querer passar pela experiência de morar num, já que a vida toda morei na minha casa).
            E o lugar? Perto do trabalho dele ou do meu? Trabalho em lugares com 50 Km de distância um do outro e o Dê em outro completamente diferente... Perto de nossos pais? Uma questão delicada... Eles ajudam muito, mas podem atrapalhar por vezes... A mãe dele mora em Juiz de Fora: sem chance de irmos pra lá; o pai dele mora com ele, aqui perto de casa, mas acho que depois do casamento vai se mudar dali; meu pai mora em Teresópolis e quando eu disse que pensava em morar lá tratou de comprar uma casa que tivesse casa de hóspedes para eu morar enquanto organizava a vida e procurava, com calma, minha casa dos sonhos; minha mãe, com ciúme, comprou a casa da vizinha da frente, colada na minha, e disse que era pra mim, só que resolveu ir morar nela e está toda feliz.
Se eu pudesse escolher, independentemente de proximidade com trabalho e valores, mas pelo fato de amar esses lugares, moraria feliz em Petrópolis, Teresópolis, Icaraí (Niterói), Lagoa, Jardim Botânico, Gávea, Catete, Flamengo, Botafogo, Urca (Rio)... Morar em Niterói me atrai porque todas as pessoas que conheço de lá são muito gente boa, criaria meus filhos rodeados por elas, sem falar que o lugar é lindo. Subir a serra me atrai pelo mesmo motivo, mas me espanta pelo frio, Dê e eu temos muitos problemas respiratórios. Amo esses bairros da Zona Sul do Rio, mas devo reconhecer que não é mole morar lá: trânsito, valores altos...
Dê ama a Zona Norte, como o Meier e Vista Alegre. O 1.º apartamento de mamy depois de casar foi em Vista Alegre e meu tio/padrinho mora lá. Sem falar que esses bairros são na metade do caminho de nossos trabalhos e não são caros.
E morar na minha cidade, Duque de Caxias? Morar em Caxias é bom pela localização, pra mim a melhor cidade da Baixada nesse ponto e em questão de beleza também. Mas o problema é que com as UPPs, os bandidos estão vindo pra cá... Só que não entendo porque comprar imóvel em Caxias é tão caro. Acho que é porque é a 2.ª cidade em arrecadação do Estado e em 20 minutos estamos no centro do Rio. Tem muita gente besta aqui que acha que Caxias não tem “glamour” e fugiu pra Barra (na verdade Jacarepaguá, mas pra eles é tudo a mesma coisa, como se fosse chique ter que enfrentar engarrafamento de 30 minutos para comprar um pão na padaria mais próxima, já que não dá pra ir a pé porque tudo é longe). Adoro a Barrinha (Jardim Oceânico) e moraria feliz lá, dá pra comprar pão a pé! E Jacarepaguá tipo Freguesia eu amo também. O pessoal da Zona Oeste é muito tranquilo, principalmente quem mora lá há muito tempo. Implico só com algumas pessoas que se sentem melhores que as outras por se mudarem pra Barra, mas esse tipo de gente tem em todo lugar e isso não pode ser um fator para eu comprar meu imóvel.
Uma vez meu irmão disse que o melhor lugar pra morar é aquele onde a gente já mora. Porque já conhecemos os macetes de se viver ali. Realmente, casar é muita estreia e ainda por cima ter que me acostumar a viver noutro lugar me assustava um pouco... Mas ainda assim queria tentar.
Desde janeiro de 2011 até meados do ano Dê e eu nos perguntávamos onde iríamos morar. Procuramos a Caixa para saber de consórcios e quase o fizemos, mas não tínhamos renda suficiente para o que queríamos. Visitamos empreendimentos com lançamentos e quase fechamos contrato com um (lembram uma vez que eu disse que estava vendo uma coisa, mas que não iria contar pra ela não dar pra trás? Bom, foi isso) e nos decepcionamos feio... Era um apartamento pequeno, mas que nos cabia, novo, em Vista Alegre, mas sem vaga na garagem e financiado pelo programa Minha Casa Minha Vida. Nem para isso tínhamos grana porque tinha que dar uma entrada muito grande. Fiquei me perguntando como pobre compra casa.
Estamos vivendo no Rio uma bolha, uma forte especulação imobiliária por conta das pacificações, dos jogos (Militares, Copa, Olimpíadas) e acho que até por causa do filme “Rio”. O chefe do Dê, que investe em imóveis, disse que não é o melhor momento pra comprar, mas pra vender e o ideal é esperarmos até 2017 para saber como o Rio vai ficar.
A tentação de ir para o aluguel foi grande... Até vimos um cálculo no blog Planejando meu Casamento que mostrava que isso não era esse prejuízo todo, mas meu irmão começou a me encher a cabeça, dizendo que eu estava fazendo besteira, que eu tinha uma casa me esperando.
_Mas mamãe está morando nela, não quero desalojá-la... Como a gente vai fazer com os móveis dela e da casa da vovó que estão lá?
Acabou que ele foi transferido pra Resende e minha prima casou, então parte dos móveis tomaram destino, mas ainda assim não queria me mudar para aquela casa... Morar colada na minha mãe..., sei lá... E também nessa casa tem muitos “fantasmas”: fico lembrando de todos seus moradores, meus irmãos _antes de seus pais se separarem e meu pai casar com a mãe deles e eles virarem meus irmãos (tipo, minha mãe fez de closet o quarto que pertenceu a meu irmão falecido, é estranho entrar ali), uma amiga que vi crescer... Por outro lado é bom porque o baque da mudança não seria tão grande, já que terei livre acesso a minha casa da vida inteira.
Quando a Caixa não autorizou nosso crédito para compra do apartamento e eu, chorando, contei para minha mãe, ela disse:
_Filha, mamãe vai voltar pra casa. Pode ficar com esta casa pra você.
Lógico que chorei mais ainda. Caramba, minha mãe me dá a festa e agora me dá a casa... Me senti grata e envergonhada... Dê, que é tão duro quanto eu, disse que sabia que isso ia acontecer, ficou feliz por termos onde morar e a vida nos ter tirado uma dor de cabeça, mas que, como eu, está preocupado, afinal vai morar do lado da sogra. Pelo menos até 2017...

2 comentários:

  1. Own flor.. Deus é bom ne?
    Tudo indo certo, fico muito feliz por você!
    Beijo
    =)

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  2. Querida! Você tem muita sorte de ter essa casa! E não se preocupe, sua mãe será legal! E você tem a sorte de economizar o dinheiro do aluguel e comprar uma casa muito melhor daqui uns anos!

    Bjos

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